Compartilhamento de automóvel ganha espaço no Brasil, com direito até a "empréstimo" de Ferrari
Na Europa e nos Estados Unidos, o car sharing chega a retirar de 4 a 23 carros do trânsito
Quem quer aproveitar a praticidade do carro sem pagar combustível, IPVA, seguro e ainda colaborar para a diminuição da poluição e dos congestionamentos pode ter uma alternativa no car sharing. O “compartilhamento de carros” é feito por empresas que alugam automóveis por períodos curtos, geralmente de uma hora. A iniciativa foi criada na Europa e chegou ao Brasil em 2009.
O car sharing pode ser feito de muitas maneiras. Os carros podem ser colocados em estacionamentos específicos, em vagas demarcadas ou com estacionamento livre. O sistema, na maioria das vezes, funciona com reserva – que pode ser feita pela internet e, em alguns países, pelo próprio smartphone - e envolve modelos diferentes de automóveis para atender perfis variados de clientes.
O car sharing pode ser feito de muitas maneiras. Os carros podem ser colocados em estacionamentos específicos, em vagas demarcadas ou com estacionamento livre. O sistema, na maioria das vezes, funciona com reserva – que pode ser feita pela internet e, em alguns países, pelo próprio smartphone - e envolve modelos diferentes de automóveis para atender perfis variados de clientes.
Na Europa, as próprias montadoras também investem no sistema. A Smart tem o programa Car2go, que inclui também veículos elétricos. Em Amsterdã, por exemplo, são 300 Fortwo elétricos rodando de forma compartilhada sem necessidades de reservas ou hora marcada para a devolução. A Volkswagen vai lançar seu programa, o Quicar, ainda este ano na Alemanha, com Golfs BlueMotion, e a BMW tem o DriveNow com modelos Mini e Série 1. Segundo a empresa portuguesa Mob Carsharing, cada carro substituído pelo sistema tira das ruas entre 4 e 10 veículos na Europa e até 23 carros na América do Norte.
Cada estacionamento abriga modelos variados
Brasil
Por aqui, o serviço existe há dois anos e aos poucos está entrando no cotidiano do paulistano. A Zaz Car é a pioneira no serviço e oferece 23 carros para aluguel em 21 estacionamentos próximos a estações de metrô na cidade de São Paulo. “O objetivo é ser uma alternativa viável à posse do carro. Pessoas que andam de automóvel apenas 15 mil km por ano economizam dinheiro com o car sharing”, afirma Felipe Barroso, sócio-diretor da empresa. A solução também incentiva o uso racional do meio de transporte, fazendo uso do metrô em conjunto, por exemplo.
“Não dá para definir o tipo de público. Atendemos quem aluga o carro para ir para a balada, para uma reunião, para completar um trajeto do metrô, para substituir o rodízio ou na necessidade de um segundo carro”, explica Thais Ebbeck, da Zaz Car. A estimativa da empresa é que são atendidos mais de 450 clientes e que cada um de seus carros tira uma média de 13 carros do trânsito. Por enquanto, o serviço só funciona em São Paulo, mas deve ser expandido para outras cidades a partir de 2012.
Nós testamos
Para fazer uso do serviço brasileiro, é primeiro preciso inscrever-se pelo site ou pelo telefone e pagar a taxa de adesão (R$ 55). Também é necessário enviar a carteira de habilitação e aguardar a liberação do cartão. Após o cadastro, demora cerca de cinco dias para que a primeira reserva possa ser feita, pelo site ou telefone. Existem três opções de planos para o uso do serviço: sem mensalidade ou com preços para mensalistas que variam entre R$ 15 e R$ 45 e que oferecem descontos em relação à modalidade sem taxa. A hora mais barata do plano sem mensalidade custa R$ 19,90, e o carro é o Novo Uno. Os modelos mais caros são Civic, Corolla, Zafira, Doblôe Astra, que custam R$ 27,90 por hora.
Para testar o serviço, fomos até o estacionamento da Zaz Car na Avenida Paulista com uma reserva para o Smart. O preço cobrado foi de R$ 25,90 a hora, no plano sem mensalidade. Ao passar o cartão no sensor do para-brisa, o carro destrava. Dentro do veículo, é preciso responder a duas perguntas em um computadorzinho: se há danos no veículo e se ele está limpo. Estava tudo ok.
O Smart é uma opção bastante procurada
A chave fica travada num compartimento do porta-luvas, junto com os documentos do carro e o cartão de estacionamento. O carro estava com meio tanque. A indicação é de que o usuário sempre devolva o automóvel com, no mínimo, ¼ do tanque cheio. A gasolina é por conta do car sharing, e o cartão para pagar o abastecimento fica no computadorzinho.
Depois, foi só ligar e sair. Mas cuidado para não pagar a mais, pegamos trânsito e chegamos de volta ao estacionamento da Avenida Paulista para devolver oSmart em cima da hora final da reserva.
Para grandes deslocamentos, como é o caso de viagens mais extensas e duradouras ou uso mais contínuo, o serviço não é indicado. O aluguel por horas pode pesar no bolso e assim compensa mais o investimento em uma tarifa de diária. O que diferencia o car sharing brasileiro de um aluguel convencional é justamente o curto período da reserva. Se o tempo de uso é pequeno o preço é vantajoso, se o caso for o contrário a situação não é bem essa.
A versão luxo
Uma modalidade diferente de car sharing surgiu em São Paulo, essa de olho em quem quer compartilhar Ferraris, Corvettes e Porsches. O serviço é prestado pela Four Private e funciona com grupos de 4 ou 5 pessoas. A cada semana (que começa na quinta-feira e termina na segunda-feira) um dos usuários está com um carrão diferente. “Os clientes não querem o serviço pelo lado do compartilhamento, mas para ter os carros gastos na medida do uso. Esse tipo de automóvel tem grande desvalorização depois de comprado para um uso pequeno”, diz Ricardo Straus, CEO da Four Private.
Para os compartilhadores, os esportivos não dão despesas de IPVA, nem de seguro e nem de manutenção. Em compensação, o interessado tem que pagar uma taxa de adesão para um contrato de dois anos de R$ 287 mil e mensalidades de, por exemplo, R$ 17 mil para um grupo que inclui Ferrari Spyder, Mercedez SL, Corvette Gran Sport e Mini Cooper Cabrio. “Nossos clientes buscam diversão e tem dinheiro para comprar os automóveis, mas preferem desfrutar do carro sem a perda financeira. Com o serviço, dirigem automóveis diferentes e acumulam mais experiência. É mais divertido poder usar quatro carros do que ter um só”, explica Straus.
FONTE: Auto Esporte
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