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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Teste: Volkswagen Passat 2.0 TSI

Quase um quarentão, o passat tira partido da tecnologia para surfar na mesma onda dos jovens asiáticos


Volkswagen Passat 2.0 TSI
Depois de enfrentar um inverno em vendas, o Passat se prepara para disputar seu lugar ao sol na badalada praia dos sedãs de maior porte. A ambição é, senão urgente, necessária para a Volkswagen. Em 2010, o modelo que custava 99 900 reais vendeu 1 340 unidades, contra 7 268 do Hyundai Azera (90 000 reais) e 2 758 do BMW 320i (113 500 reais). É preciso lembrar que a curva de vendas do Passat cresceu no ano passado até outubro, quando a marca obteve seu melhor desempenho ao vender 303 carros. A partir daí, e com o anúncio do lançamento da sétima geração, a queda foi drástica. Em abril deste ano, foram apenas 32.

Se a concorrência do passado incomodou, o presente reserva ainda mais desafios. O Kia Cadenza (120 000 reais), lançado no fim de 2010, vendeu 276 unidades nos primeiros quatro meses deste ano, contra 245 do modelo da VW; e o Hyundai Sonata (105 000 reais), lançado em dezembro, já comercializou mais de 2 000 unidades. Para mostrar seu valor no meio de tanta gente bronzeada, o novo Passat precisará surfar a mesma onda. E é este o plano que a VW traçou para ele: uma relação custo-benefício asiática. Um pacote de equipamentos padrão europeu, com direito a DNA de carro alemão, por estimados 105 000 reais. A sétima geração da linha Passat, que conta com a perua Variant, mantém a mesma plataforma da versão anterior, apresentada em 2006. No entanto, traz evoluções de tecnologia, motor, câmbio e design.


Quem gosta de aparatos tecnológicos ficará feliz. O primeiro, e mais importante, é o ECB (Emergency City Break), uma evolução dos sistemas de controle de velocidade (Adaptive Cruise Control) e distância (Front Assist) que prepara os freios para serem acionados e avisa o motorista sobre perigo iminente. Dependendo da velocidade, o ECB pode até parar o carro, mas isso não é garantido. Segundo a VW, o objetivo é levar o condutor a intervir e evitar que ele se torne totalmente dependente da tecnologia. Durante a avaliação feita no trânsito pesado da capital paulista, em horário de pico, o carro parou totalmente e depois avisou: "Pressione o travão" - com o áudio ainda em português de Portugal, já que o modelo testado era um protótipo. Segundo a VW, a parada pode ocorrer em velocidades de no máximo 30 km/h.

O novo Passat traz ainda o XDS (bloqueio do diferencial transversal), que em uma curva detecta se a roda interna de tração perde aderência e, assim, aplica freios individualmente de forma a corrigir uma eventual derrapagem, tornando o comportamento do carro mais neutro. Ainda no âmbito da assistência eletrônica, há o detector de fadiga. O sistema analisa as características de direção do motorista, considerando o uso dos pedais e os ângulos de inclinação e correção do volante. Quando os parâmetros saem do padrão, um aviso sonoro e visual alerta o condutor para parar o carro e descansar. Vale dizer que este não é o mesmo sistema de detecção de sonolência, que analisa o movimento dos olhos, como há nos BMW, por exemplo. O pacote de segurança inclui ainda freios ABS, seis airbags, monitoramento da pressão nos pneus e faróis bixenônio direcionais com 15 leds.

Apesar de o foco da tecnologia estar voltado para segurança, quem deve roubar a cena é o Park Assist II (opcional), que auxilia em balizas. Nesta segunda versão, além de analisar a dimensão da vaga a até 30 km/h, ele ajuda a sair dela e estaciona de ré perpendicularmente. Há ainda um sistema multimídia Dynaudio, com tela colorida sensível ao toque de 5 polegadas e funções intuitivas de operação do rádio, do iPod, do celular, da câmera de ré e do GPS integrado.

Pelas mãos dos designers Klaus Bischoff e Walter de’Silva, o novo Passat ganhou agora uma grade tridimensional seccionada e três áreas distintas na dianteira, com cromados cravados em materiais "piano black", semelhante ao Phaeton. As laterais e toda a superfície ao redor do carro estão mais planas e há um vinco único, com o objetivo de alongar o carro, explica a Volks. O que a marca não diz é que agora, com esse novo design, o Passat parece um clone do Jetta em tamanho ampliado.

Fogo amigo Em termos de motor, o TSI 2.0 16V (o mesmo do novo Jetta turbo) ganhou um intercooler mais eficiente, redução de atritos internos e uma reprogramação da injeção. O resultado foi 5,5% a mais de potência, com 211 cv, ante os 200 cv do anterior. Isso é suficiente para colocá-lo no mesmo patamar do Audi A5 Sportback, que é empurrado pelo mesmo motor, mas custa cerca de 80 000 reais a mais. Com essa potência, ele alcançou no nosso teste 7,1 segundos para ir de 0 a 100 km/h, um ótimo número para um sedã de 1 474 kg sem pretensões esportivas. Melhor ainda foi seu consumo: 9,1 km/h na cidade e 12,1 na estrada. Mérito também do câmbio automatizado DSG de seis marchas, com dupla embreagem, o mesmo do Jetta TSI.

O Passat atual não lembra nem de longe seu antecessor nacional, que foi objeto de desejo entre as décadas de 70 e 80. Já na sétima geração, produzido desde 1973, o modelo soma mais de 15 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. Resta saber se por aqui ele também vai mostrar o fôlego de gato. Pelo menos ele não vai enfrentar o fogo amigo do Jetta: ambos reposicionados, já não dividem o mesmo holofote nos showrooms da marca, como ocorria na geração anterior.




DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO Suspensão que combina firmeza e maciez, marcas de frenagem dentro da média e direção adequada a sua proposta mais familiar.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO O bom entrosamento entre o motor de 211 cv e o câmbio de dupla embreagem fez bonito na pista, fosse em desempenho, fosse em consumo.
★★★★★

CARROCERIA Com estilo que une o sóbrio com o moderno, ela deve demorar mais a envelhecer. A qualidade de construção tem padrão alemão.
★★★★

VIDA A BORDO O acabamento interno não está no nível de BMW e Mercedes, mas agrada bastante. O espaço é generoso e o pacote de equipamentos e os mimos tecnológicos lembram sedãs de nível superior.
★★★★

SEGURANÇA Com seis airbags, ESP, ABS e sistemas que monitoram o motorista ou podem até parar o carro sozinho, ele se destaca da concorrência.
★★★★★

SEU BOLSO Se o preço em torno de 105 000 reais se confirmar, ele terá um custo-benefício invejável. Mas a garantia de um ano (três de motor e câmbio) o faz passar vergonha frente aos rivais.
★★★★




OS RIVAIS

Hyundai Sonata


Atual sucesso de vendas, tem no design seu maior atrativo. Está na alça de mira do Passat, com o preço de 105 000 reais.

Ford Fusion 3.0 V6
Ele é mais potente (243 cv) e mais barato (103 400 reais), mas perde em tecnologia e não tem sabor de novidade.



VEREDICTO
Não é fácil combinar espaço interno, pacote generoso de equipamentos, desempenho de esportivo com consumo de sedã médio e tecnologia acima da concorrência. Mas tudo vai depender da confirmação do bom preço.



FONTE: Quatro Rodas

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