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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Classe G cobra caro por estigma lameiro

Mercedes de R$ 460 mil mantém visual quadrado, mas conquista por status e aptidão off-road


Mercedes-Benz
Classe G tem visual quadradão, mas é posudo e chama atenção por onde passa

Com R$ 460 mil na conta bancária é possível comprar um Porsche Cayman e um Land Rover Freelander 2 topo de linha. Também dá para comprar um belo apartamento de três dormitórios na capital paulista. Mas o mesmo valor coloca na garagem o mítico Mercedes-Benz Classe G 55 AMG, o jipão com aparência rústica e muito luxo da marca alemã, oferecido no Brasil por US$ 295 mil. Fomos até o interior de São Paulo conhecer um pouco mais desse utilitário de luxo em uma volta rápida em circuito off-road e também na estrada.

A montadora afirma ter emplacado 10 unidades em 2011 e pretende vender outras 9 até o final do ano. Qual a estratégia? Apelar para o lado extravagante do Classe G. O modelo esbanja personalidade. Passados 32 anos do lançamento, o visual é praticamente o mesmo. Da grade quadrada aos faróis redondos e as linhas absurdamente retas. Pouco mudou no jipe trintão. Por que? Questão de estilo, do estigma que o carro criou ao longo dessas três décadas. A presença é inegável, assim como a semelhança com o Land Rover Defender, com uma boa dose de luxo, é claro.
Mercedes-Benz
Utilitário da Mercedes suporta uma inclinação lateral de até 54º sem qualquer sofrimento
O visual “bravo” é queridinho entre as personalidades de Hollywood, da atriz Megan Fox à cantora Jennifer Lopez. No Brasil, saem de cena as garotas e entram os apresentadores: Luciano Huck e Fausto Silva possuem o Classe G. O jogo de rodas aro 19 é o item que mais esbanja modernidade no exterior do jipão, calçadas com pneus Pirelli Scorpion 275/55. O tamanho não é tão assustador. Mede 4,66 metros de comprimento, por 2 metros de largura. A altura, porém, atrapalha um pouco: 1,93 metro e um leve incomodo para entrar no jipão. 

Mercedes
Por dentro, há um mix de estilo rústico e moderno. O painel tem linhas agradáveis, mas não tem profundidade, típico dos carros dos anos 70. Não dá pra dizer que é moderno, mas sim coberto de luxo. O teto é todo revestido de alcântara, assim como as laterais do volante — o comprador pode optar por madeira. Caso queira personalizar o carro, a espera pode levar até 6 meses. O banco dá um show de luxo, todo controlado por botões, com direito a um dispositivo que aperta ou afrouxa as abas laterais do encosto. Há um moderno sistema de som com direito a tela de 7” e controles no volante. O ar-condicionado, porém, é analógico.

É no meio do barro e da sujeira que o Classe G exalta suas origens. Dotado de tração independente nas quatro rodas, conhecida como 4ETS, ele encara o que vier pela frente, seja buraco, barranco, ladeira ou inclinações. O Mercedes não tem medo de nada. Três botões no painel que travam o diferencial (dianteiro, traseiro e central) permitem que ele saia dos desafios mais difíceis. Caso apenas uma roda toque o chão, ela dará conta de empurrar o carro usando todo o torque de 69 kgfm do motor V8 5.5. Caso a reduzida esteja acionada, esse valor pode subir para mais de 130 kgfm.



Mercedes-Benz
No asfalto, o Classe G mostra a desenvoltura do V8 de 507 cv, mas balança bastante. Controle de tração e freios ABS trazem segurança

Segundo a Mercedes, ele agüenta uma inclinação lateral de até 54º e nós vimos isso na prática. O medo de tombar é constante, mas o máximo que acontece é escorregar no banco ou bater a cabeça no vidro. E o que modelo tem de divertido no barro, tem de estranho no asfalto. Definitivamente, não é um carro para ser usado todos os dias na cidade grande. A visibilidade traseira é ruim por conta do estepe e da tela que separa o porta-malas do banco traseiro. Na frente, ponto positivo para a posição de dirigir, que permite ver toda a dianteira imponente do jipão. 

Mercedes
Painel é repleto de luxo, mas tem linhas pouco modernas. Sistema de som dá um show a parte, mas ar é analógico

Mercedes
Motor V8 tem 507 cv e torque de 69 kgfm
É praticamente impossível usar os 507 cv do motor V8. O ronco acaba sendo o grande atrativo e, claro, o torque disponível logo aos 2.650 rpm. O peso de 2.580 kg contribui para o desconforto na cidade, retardando o tempo de frenagem e a altura e o eixo rígido (bom para o off-road) fazem o jipão balançar bastante nas curvas, além de emitir ruído com os pneus. A velocidade máxima, segundo a marca, é de 210 km/h e o modelo é capaz de chegar aos 100 km/h em incríveis 5,5 segundos.

A vida do Classe G pode não ser longa, já que existe uma versão chamada Final Edition (ou edição final) para o modelo de duas portas, lançada em maio na Alemanha. O gerente de produto do modelo, o alemão Thomas Schwegler, nega: “Não há qualquer previsão do fim de sua produção. É um carro com fãs no mundo inteiro”. Eles realmente existem e estão dispostos a pagar um valor exagerado por um modelo com traços tão antigos, mas com um status e desempenho off-road, que poucos tem. É coisa de xeque árabe, cantor de hip-hop, atriz norte-americana...

Mercedes
Bancos, teto e volante podem receber personalização de acordo com gosto do dono. Porém, tempo de espera pode chegar a 6 meses







FONTE: Auto Esporte

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